Mãe perde filho de 13 anos “comido” por bactéria no DF e lamenta o que escutou dos médicos: “Por que não me ouviram?”
A TRISTE PARTIDA DE MIGUEL: MÃE DENUNCIA NEGLIGÊNCIA MÉDICA APÓS PERDER SEU ÚNICO FILHO PARA INFECÇÃO BACTERIANA
A dor de perder um filho é inimaginável, ainda mais quando essa perda poderia ter sido evitada. Esse é o drama vivido por Genilva Fernandes e Fábio Luiz Brandão, pais do jovem Miguel Fernandes Brandão, de apenas 13 anos. O adolescente, que era o primeiro neto da família e considerado um verdadeiro milagre por seus pais, teve sua vida interrompida de forma trágica após lutar por quase um mês contra uma infecção bacteriana.
Agora, a família denuncia o hospital onde ele foi tratado, alegando negligência médica e buscando respostas para entender como um quadro que começou com sintomas leves se tornou fatal.
UMA HISTÓRIA QUE COMEÇOU COM SINTOMAS COMUNS
Na noite do dia 11 de outubro, Miguel começou a apresentar sintomas que pareciam ser de uma rinite alérgica — algo que já era comum para ele. Medicado, conseguiu dormir, mas, na madrugada, acordou com febre. No dia seguinte, o sintoma persistiu, e na segunda-feira, dia 14, sua mãe, Genilva, também começou a se sentir mal.
Preocupados com a possibilidade de ser COVID-19 ou outra infecção, decidiram levar Miguel ao Hospital Brasília, no Distrito Federal. Ao ser avaliado, uma médica atribuiu o gosto ruim que o menino relatava na boca à secreção nasal, sem dar muita importância às queixas de dor de garganta e dificuldade para engolir. Ele foi liberado sem exames mais detalhados.
O que ninguém imaginava era que aquele momento marcaria o início de uma tragédia irreversível.
A PIORA E A LUTA PARA SER OUVIDA
Na noite seguinte, a febre voltou ainda mais intensa. Na terça-feira, dia 15, Miguel começou a apresentar novos sintomas preocupantes: vômitos, diarreia e fraqueza extrema, mal conseguindo andar. Desesperados, seus pais o levaram novamente ao hospital. Dessa vez, sua pele já estava amarelada e suas extremidades roxas, sinais claros de que algo muito mais grave estava acontecendo.
Uma médica, prestes a encerrar o plantão, percebeu a gravidade da situação e pediu exames de urgência, sugerindo que ele poderia precisar de UTI. No entanto, com a troca de turno, a abordagem mudou completamente. Mesmo com alterações nos exames, Miguel foi encaminhado para um quarto adulto, pois não havia leitos disponíveis na pediatria.
Durante a madrugada, ele seguiu com febre alta, mas não recebeu o acompanhamento adequado. A mãe, preocupada, alertou os profissionais diversas vezes sobre o estado do filho, mas foi ignorada. Em vez de levarem suas queixas a sério, anotaram no prontuário que ela era apenas uma mãe "ansiosa".
A NEGLIGÊNCIA QUE CUSTOU UMA VIDA
Na quarta-feira, dia 16, Miguel continuava febril e apresentava manchas pelo corpo. Mesmo assim, os médicos insistiam no diagnóstico de virose, recusando-se a solicitar exames mais aprofundados.
Na quinta-feira, dia 17, a situação piorou drasticamente. O garoto sentia dores no peito e na garganta, sua barriga estava inchada e seu corpo continuava coberto de manchas. Mesmo assim, os médicos insistiram para que a mãe "tivesse paciência", minimizando os sinais evidentes de que algo estava muito errado.
Foi apenas na madrugada de sexta-feira, dia 18, que o inevitável aconteceu. Miguel teve uma piora súbita, começou a suar excessivamente e apresentava sinais claros de choque séptico. Só então a equipe da UTI foi acionada.
Quando finalmente realizaram novos exames, descobriram uma infecção bacteriana severa que já havia comprometido todo o organismo do adolescente. Ele foi imediatamente intubado, mas já era tarde demais.
A bactéria havia se espalhado por seu corpo, atingindo órgãos vitais. Miguel desenvolveu insuficiência renal, hepática e pulmonar. Sua pele começou a necrosar e precisou ser raspada, um procedimento doloroso e invasivo.
Como se a situação já não fosse crítica o suficiente, durante a troca de uma sonda, a bexiga do garoto foi perfurada, agravando ainda mais o quadro. Após dias de luta, no dia 9 de novembro, Miguel não resistiu.
"POR QUE NÃO ME OUVIRAM?" – O DESABAFO DE UMA MÃE EM LUTO
Genilva Fernandes, devastada pela perda de seu único filho, agora busca por justiça. Sua dor não é apenas pelo falecimento de Miguel, mas pelo sentimento de impotência diante da negligência médica que enfrentou.
"Eu avisei. Eu disse que algo estava errado. Por que não me ouviram?" – lamentou a mãe em entrevista.
A família abriu um processo contra o hospital e exige respostas. Para eles, Miguel poderia estar vivo se tivesse recebido o atendimento adequado desde o início.
Este caso trágico levanta uma questão urgente: quantas vidas são perdidas diariamente por negligência médica?
A IMPORTÂNCIA DE OUVIR OS PACIENTES E SUAS FAMÍLIAS
A história de Miguel não pode ser apenas mais uma estatística. Esse caso reforça a necessidade de médicos e profissionais de saúde ouvirem atentamente as queixas dos pacientes e de seus familiares. Quando uma mãe insiste que algo não está certo, não é "ansiedade", é instinto.
O Brasil registra anualmente milhares de casos de negligência médica, muitos deles fatais. É essencial que haja mais fiscalização, protocolos rígidos de atendimento e, acima de tudo, humanidade no trato com os pacientes.
Enquanto Genilva e Fábio lutam por justiça, fica o alerta para que outras famílias não precisem passar pela mesma dor.
Se você já enfrentou uma situação parecida ou conhece alguém que sofreu com negligência médica, denuncie. Sua voz pode impedir que tragédias como essa se repitam.
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