DIVERGÊNCIA NA CONTAGEM: PM-RJ DIZ QUE 400 MIL FORAM A ATO, USP APONTA 18,3 MIL
No último domingo, 16 de março de 2025, a orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, foi palco de uma manifestação em defesa da anistia para os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro. O ex-presidente Jair Bolsonaro e diversas autoridades, incluindo governadores, deputados federais e senadores, estiveram presentes no ato.
A Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ) estimou que o evento reuniu mais de 400 mil pessoas. Em nota, a corporação afirmou que a manifestação foi monitorada pelo 19º BPM (Copacabana), com apoio do 1º CPA (Comando de Policiamento de Área) e do Comando de Operações Especiais (COE), sem registros de ocorrências.
Por outro lado, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), utilizando o método "Point to Point Network (P2PNet)", desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Chequião, na China, e da empresa Tencent, calcularam a presença de aproximadamente 18,3 mil pessoas, com uma margem de erro de ±2,2 mil. Esse sistema emprega inteligência artificial e imagens aéreas de drones para estimar o número de participantes, apresentando uma precisão de 72,9% e uma acurácia de 69,5% na identificação de indivíduos.
Essa discrepância significativa entre as estimativas da PMERJ e da USP levanta questionamentos sobre a metodologia de contagem de público em eventos de grande porte. Enquanto a polícia pode utilizar métodos mais tradicionais e menos precisos, instituições acadêmicas tendem a empregar tecnologias avançadas e metodologias científicas para obter estimativas mais acuradas.
Comparando com manifestações anteriores, o número estimado pela USP é inferior ao de outros eventos pró-Bolsonaro. Por exemplo, em 7 de setembro de 2022, na mesma Praia de Copacabana, a equipe de pesquisadores calculou a presença de 64,6 mil manifestantes, aproximadamente cinco vezes mais do que o registrado neste último ato.
A divergência entre os números apresentados pela PMERJ e pela USP destaca a necessidade de transparência e padronização nos métodos de contagem de público, visando fornecer informações mais precisas e confiáveis à sociedade.
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